domingo, 30 de agosto de 2015

As Férias, o Passado, o Presente e o Futuro


Quando se aproximam as férias, o nosso corpo e mente, a "pessoa" em si mesmo, sente uma rapidez e celeridade, imperceptível na razão em si mesmo, que provoca essa pressa de atingir esse dia diferente no calendário, mas igual a muitos outros que se foram passando ao longo do ano.

Pois,

E esse dia, essa ultima hora de trabalho chegou; relembrança do nada, vazio num vácuo de quem fica paralisado no pensamento, como se de um estado ébrio se tratasse; tensão estranha já que a lógica deveria ser a ligeireza de quem numa piscina se vai deixando flutuar, sem sabor da ondulação, mas muitas vezes sendo uma lógica imponderada e também imperceptível.

Essa tensão muscular ou cerebral, ilusória, aparente, mas visível, fantasia no fundo o peso, melhor, o fardo de um ano de trabalho, equilibrado pelo sol, que obscurece a nossa pele ou pela lua que pela sua imponência esférica, nos faz reflectir, na contemplação…por vezes do nada.

Ultrapassada a fantasia, transposta a ilusão, terminadas as horas que tentámos transformar em dias, ou anos, reaparece a ultima recordação. Onde ficámos, para se poder continuar o trabalho, que durante algum tempo ficou esquecido na nossa memória,

Pois continuará a ser esse o nosso futuro… 


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Fernando Pessoa e a Razão do Não Viver a Vida










"Os mortos nascem, não morrem.
 Estão trocados para nós, os mundos. 
 Quando julgamos que vivemos, estamos mortos; 
 Vamos viver quando estamos moribundos."


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Mourinho: O Ser Prepotente


Aquele era um dia diferente dos passados em anos anteriores, mas semelhante no mau feitio, desde os tempos em que Mourinho sentia a irritação fácil aquando do insucesso, nomeadamente na sua célere passagem pelo Real Madrid.

A Médica Eva Carneiro, popular pelas bandas do Chelsea, entrou em campo para assistir um jogador do seu clube, levando Mourinho a “um ataque de nervos”.

“Seja o homem do equipamento, o médico ou o secretário, no banco é preciso entender o jogo”, disse posteriormente Mourinho para apaziguar o absurdo da reacção intempestiva, tal como o vídeo que circula na Internet comprova a atitude reprovável e desnecessária.

Reprovável e desnecessária quando é o clube de futebol que paga o ordenado à equipa médica?

Mourinho em pouco tempo evidencia que necessita de tomar ansiolíticos ou hipnóticos para controlar esses últimos “ataques de nervos”, ou atente-se também na derrota recente da Taça de Inglaterra em desproposito da reacção da medalha de derrotado, quando a fez voar, não sabendo o próprio que face ou olho a mesma poderia atingir; teve sorte, uma criança inteligente, com reflexos conseguiu segurar e apanhá-la no ar.

Tendo o mesmo um familiar directo doente, em dedicação (ou por desconfiança dos profissionais de saúde portugueses) trouxe uma equipa de enfermagem para acompanhar o seu pai dia a dia, hora a hora, o que pese “o extremo estrangeirismo” não deixa de ter o seu próprio mérito, pese embora serem os ingleses a necessitarem dos enfermeiros portugueses, garante da qualidade que estes de certeza evidenciam e por isso são tão solicitados em Inglaterra.

É mesmo este o cerne da questão,

As classes profissionais têm os seus códigos de Ética e também os Deontológicos, que terão de ser cumpridos sob pena de processos de inquérito das Ordens Profissionais e mesmo juridicamente, podendo ser condenados sobre o pretexto de falta de assistência, considerando ser negligência voluntária ou involuntária.

Mourinho ou não sabe tudo ou faz-se de esquecido, desprezando nesse sentido uma das facetas mais salutares da vida: A dignidade pela integridade física e psíquica da pessoa humana, neste caso de um jogador do seu staff, que tendo desprezado, tinha sido sua obrigação ampará-lo, apoiá-lo e dar força à equipa médica que entrou no relvado para o tratar.

Existem na vida coisas mais relevantes e importantes que a vitória: RESPEITAR A DIGNIDADE HUMANA!

Mourinho: É melhor perceber que deve de novo “acordar” para o mundo que a todos rodeia, não olhando a todos os meios, nomeadamente os “impossíveis” para atingir um fim em si mesmo. Deve-se ser compassivo na nossa vida diária; sendo assim não existem barreiras insuperáveis. Para além de não se condenar O BEM, que se dê mérito ao valor da VIRTUDE tal como foi a atitude da médica Eva Carneiro, que acudindo a quem dela necessitava de cuidados médicos, deu uma lição de profissionalismo que a todos deve servir como um exemplo a seguir.


Estamos sempre a tempo!


domingo, 23 de agosto de 2015

Custa Acreditar

Custa acreditar que o mundo possa ser tão injusto! 



Mas é verdade que cada vez mais a violência está bem impregnada no espírito do ser humano; vejam-se os números de visualização dos diversos vídeos cuja violência incomoda o mais sóbrio cidadão do planeta (isto se o mesmo existir entre os biliões, dúvida que prevalecerá até aos fim dos dias de vida de qualquer um de nós).

A propósito da chacina das baleias, ou do cão enrolado num manto perto de um contentor de lixo à espera da trituradora e do desaparecimento de algo, “essa coisa”, que se tivesse sido esse o desfecho, nunca teria existido.

Mas claro

Começa a não haver dúvida que o ser humano consegue pulverizar-se a si próprio, aspergindo de um planeta que de real passa a ser uma espécie de filme virtual. Vejam-se os afogamentos de emigrantes que passam a ser corpo inerte, excepto para os tubarões, dando razão a Descartes quando considerou ser a dualidade a capacidade do nosso conhecimento.

A facilidade com que se decapita, tentando a instrumentalização do mundo na capa de uma religião que nada disso apregoa.

As violações em série de inocentes, a coberto de envelopes ou encomendas cheios de milhões de dólares que sobrariam em boas mãos para modificar muita da infelicidade que crassa por este mundo ignóbil.


Viver a vida deveria ter significado mas o significado artificial deixa a dúvida do que significa ser ou saber viver!


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Eram os nossos sonhos da infancia

Muitos eram os sonhos da nossa infância...


Ela fazia parte do esquecimento da nossa exasperação, após "o sacrifício" das aulas dadas nas antigas escolas primárias (hoje vendidas a preço de saldo), principalmente quando as nossas mãos estavam mais rígidas e avermelhadas, resultado das "reguadas", modulado aos melhores princípios salazaristas que exigiam o silencio como principio absoluto, mas que como jovens irrequietos decidíamos diariamente não cumprir.

Assim era a nossa vivência numa sociedade anómala intrincada e enredada no seu totalitarismo. Éramos bonecos de trapos desenraizados do tempo, mas que por isso mesmo procurávamos com a frequência possível, dependendo dos tostões que as nossas calças de ganga rotas permitiam ter nos bolsos, furar a cartela da máquina de Regina, esperando a saída de uma bola colorida que nos apontava o sabor de um determinado chocolate que para nós nem sempre era o melhor, pois os melhores prémios ficavam lá (dezenas de anos após continua a sociedade a considerar que nada é o melhor que se consegue!).

Muitos furos se faziam; trazíamos em chocolate o peso que se perdia em moedas, mas era essa a nossa felicidade,

A "caixa de furos" fazia parte da nossa vida, do nosso sucesso ou insucesso para um futuro que não sabíamos na altura que já éramos principiantes de um mundo desconhecido, desconexo, ambíguo e exigente no âmbito amoral.

A Regina existiu e existe.

Tirei esta foto na montra de uma loja em Amarante.